Artigos


O Corpo e as Práticas Higienistas em Blumenau (1890 - 1920)
Daisy Sehnem Ceron, Carla Fernanda da Silva (orientadora)

Resumo: O artigo analisa primeiramente as práticas higienistas impostas à população brasileira com o início de um novo regime político, a República, tendo em vista que o Brasil nesse momento passa por várias epidemias, onde o corpo era a maior vítima. O trabalho utiliza conceitos como eugenismo e racismo para identificar o objetivo da ação higienista no Brasil. Assim, a análise dos discursos busca mostrar como a preocupação com as epidemias levou as autoridades ao objetivo constante de salubridade em seus espaços públicos e privados e como funcionou o trabalho de informação para grande parte da sociedade da época. Parte-se do pressuposto de que a preocupação com o corpo (indivíduo) tornou-se um conjunto aliado à preocupação com as belas paisagens que, deveriam em todos os aspectos retomarem a lembrança européia. A pesquisa trabalha com um contexto nacional, porém especifica a situação de Blumenau nesse período, relacionando o município com Santa Catarina, Brasil e Alemanha. A análise ocorre nas doenças que vitimavam os corpos em Blumenau e região e quais as medidas tomadas pelas autoridades perante esses problemas. Para isso utilizou-se como fontes os documentos oficiais do município de Blumenau e jornais do Município no início do Século XX
Revista: Blumenau em Cadernos, v. 2, p. 60-80, 2013.


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Escritos da Carne:
A fotografia como possibilidade de repensar o erótico na contemporaneidade 
Carla Fernanda da Silva

Resumo: O que é o erótico? O que é o pornográfico? Segundo o dicionário Houaiss, o erótico são as imagens ou escritos que evocam o desejo, o amor; enquanto o pornográfico expõe a luxúria e a libidinagem. Linha tênue, nublada pelo moralismo que condena o desejo, por negar a sexualidade humana. O avanço da indústria pornográfica também ajudou a banalizar os corpos, a transformar a sexualidade numa mercadoria a ser consumida compulsivamente. Desejo e consumo se confundem. Corpos, pensados e vendidos como perfeitos, tornam-se banais. O erótico, emaranhado na longa exposição de corpos e sexo, perde-se, é esquecido.
Revista FotoGrafia: universo fotográfico, no. 8, 2012, p. 101.


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Homoafetividades femininas em Blumenau: cartografias possíveis
Carla Fernanda da Silva, Celso Kraemer, Fabiele Lessa

Resumo: Este artigo é resultado da primeira fase do projeto de pesquisa “Outras Vozes: Análise de Narrativas Homoafetivas femininas em Blumenau”, Santa Catarina. Pela apropriação de vozes de um passado, fazendo uso da história oral, pretendeu-se problematizar os modos de produção de subjetividades. A partir da perspectiva dos estudos de Gênero (interdisciplinar), pretendeu-se construir condições de possibilidade de narrativas de vida deslocados da normatividade que constitui a história centrada na heterossexualidade; problematizar o preconceito, a fim de obter um olhar múltiplo e questionador do engendramento que prolifera o ódio, insultos e injúrias pela constituição da homofobia; enfim, produzir conhecimento e discutir a questão das homoafetividades femininas, ao deslocar “verdades” estabelecidas tanto em nível local (Blumenau), quanto em outros espaços mais abrangentes.
Revista: Métis: história & cultura (Universidade Caxias do Sul), Vol. 10, No 20 (2011)

 


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Outras Vozes:
Análise das narrativas de relações homoafetivas em Blumenau
Carla Fernanda da Silva, Celso Kraemer, Fabiele Lessa

Resumo: Este artigo é resultado da primeira fase do projeto de pesquisa “Outras Vozes: Análise de Narrativas Homoafetivas femininas em Blumenau”, Santa Catarina. Pela apropriação de vozes de um passado, fazendo uso da história oral, pretendeu-se problematizar os modos de produção de subjetividades. A partir da perspectiva dos estudos de Gênero (interdisciplinar), pretendeu-se construir condições de possibilidade de narrativas de vida deslocados da normatividade que constitui a história centrada na heterossexualidade; problematizar o preconceito, a fim de obter um olhar múltiplo e questionador do engendramento que prolifera o ódio, insultos e injúrias pela constituição da homofobia; enfim, produzir conhecimento e discutir a questão das homoafetividades femininas, ao deslocar “verdades” estabelecidas tanto em nível local (Blumenau), quanto em outros espaços mais abrangentes.
Revista: NUPEM, Campo Mourão, v. 3, n. 4, jan./jul. 2011


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O Kama Sutra e o Cuidado de Si

Carla Fernanda da Silva

Resumo: Este artigo propõe algumas reflexões sobre a recepção, pelo leitor ocidental, da obra indiana Kama Sutra, traduzida para o inglês no século XIX, e posteriormente para a língua portuguesa. O mercado editorial ocidental apropriou-se do título do livro de Mallanaga Vatsyayana e transformou-o em sinônimo de um manual visual de posições sexuais. Devido à profusão de obras com o título Kama Sutra, percebeu-se a necessidade de um estudo comparado das imagens indianas de diversos períodos entre os séculos XV e XIX em contraste com as imagens dos manuais ocidentais contemporâneos, com intuito de evidenciar as diferentes compreensões sobre a recepção da obra de Mallanaga Vatsyayana no ocidente. Problematiza-se historicamente a compreensão ocidental da obra como um manual de posições sexuais, e não como um texto elaborado a partir de uma concepção religiosa e de um ‘cuidado de si’ a partir da vivência da sexualidade.
Revista: Linguagens - Revista de Letras, Artes e Comunicação - FURB - Vol. 5, Nº 3 (2011)
Link: http://proxy.furb.br/ojs/index.php/linguagens/article/view/2470

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A saga civil war nos quadrinhos da Marvel Comics: sua representação pós 11/09
Leandro Gilbran Vicenti e Carla Fernanda da Silva (orientadora) 

Resumo: O presente artigo destaca as Histórias em Quadrinhos comerciais como uma importante fonte historiográfica, mostrando o seu estreitamento com o discurso de propaganda militar. Para tanto, utilizamos da saga Civil War (editado pela Marvel Comics) como principal objeto de estudo, em razão de sua grande repercussão no mercado editorial norte-americano e suas representações de terrorismo, que em muitos aspectos evoca os atentados de 11/09, e evidencia a linha discursiva adortada pela editora após esses atentados, com produções direcionadas à manutenção e propagação de discursos relacionados à política norte-americana antiterror.
 Palavras chaves: Representação, Discurso, Histórias em Quadrinhos, Terrorismo, Guerra ao Terror, EUA.

Revista História, Imagem e Narrativas, No 13, outubro/2011.

Link: http://www.historiaimagem.com.br/edicao13outubro2011/civilwar.pdf



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Cultura Negra em Blumenau: 
problematizando identidade e diferença na sala de aula
Carla Fernanda da Silva e Ricardo Machado

Resumo: O documentário “Cultura Negra: identidade e diferença em Blumenau” nasceu da necessidade de inserir o debate sobre a história e a cultura afro-brasileira na sociedade, necessidade esta ampliada com a aprovação da lei 10.639, que torna obrigatória a discussão na sala de aula. Foi necessário problematizar o tema da identidade e diferença para não cairmos nos lugares comuns e reforçar os estigmas e a perpetuação da exclusão. Não bastaria incorporar esta temática e inseri-la em mais uma peça do mosaico cultural contemporâneo, utilizando recursos pautados da retórica da tolerância das diferenças. Aqui evidenciamos a necessidade de tomar a identidade fora de sala, para compreendê-la como uma construção linguística, e por isso, no campo das relações de poder. Isto significa colocar em questão os binarismos em torno dos quais as diferenças se organizam. Esta discussão é urgente em uma cidade como Blumenau/SC onde a afirmação étnica é uma constante nos discursos políticos e culturais. Falar de identidade afrobrasileira é justamente a possibilidade de tratar do discurso do contrário, das margens dos territórios, e, sobretudo, indicar os limites e incoerências que todo discurso identitário carrega consigo. 
Palavras-chave: Identidade. Diferença. Cultura Negra. Ensino de História.

Revista História & Ensino, v. 17, no. 1, 2011 (Universidade Estadual de Londrina)


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Marquês de Sade: entre a realidade e a ficção
Carla Fernanda da Silva

Resumo: Este artigo propõe uma discussão sobre a literatura erótica e inicia com uma reflexão genealógica da ordenação do desejo na mitologia grega, demonstrando a fuga da espontaneidade presente em Eros em detrimento de seu irmão Anteros (Ordem). Pensando a partir do confronto de Eros e Anteros, fez-se um recorte da obra do Marquês de Sade e, então, uma reflexão crítica da concepção do erótico e da ordem presentes em suas obras, com destaque para ‘Os 120 dias de Sodoma’. Ao pesquisar sua obra, concebida durante os internamentos em sanatórios e prisões, percebem-se seus escritos como disciplinadores do sexo, nos quais o autor não pensa o erótico como uma possibilidade do compartilhar dos corpos e do desejo, mas sim como a destruição moral e, por vezes, física do Outro. Se a sua concepção de erotismo impõe a ordem e o disciplinamento, sua escrita, ao contrário, é uma busca incessante de transgressão, ou seja, no ato da escrita é que Sade contribui para uma reflexão sobre a liberdade.
Palavras-Chave: Literatura Erótica. Disciplinamento. Marquês de Sade. Erotismo. 

Revista Outros Tempos, vol. 8, número 11, junho/2011 - Dossiê História e Literatura (Universidade Estadual do Maranhão).
Link:http://www.outrostempos.uema.br/site/images/vol_8_num_11_2011/marques_de_sade_entre_realidade_ficcao_2.pdf


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Manual do Desejo: O leitor ocidental do Kama Sutra

Carla Fernanda da Silva

Resumo: Este texto propõe tecer algumas reflexões sobre a recepção do leitor ocidental da obra  indiana Kama Sutra, traduzida para o inglês no século XIX. Problematiza-se historicamente a compreensão ocidental da obra como um manual de posições sexuais, e não como um texto elaborado a partir de uma concepção religiosa.
Palavras-chave: Kama Sutra. Literatura Erótica. Sexualidade.

Revista: Cadernos de Literatura e Diversidade (Universidade Estadual de Feira de Santana - n. 7, 2011). 
Link: http://www2.uefs.br/jornada/numero_4/cadernos_7_net.pdf


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Outras Vozes: 

A pesquisa como instrumento de visibilidade da história da homoafetividade feminina
Carla Fernanda da Silva, Celso Kraemer e Fabiele Lessa



Resumo: O objeto do presente estudo são as relações homoafetivas femininas. Neste sentido, pretende-se compreender o modo como as mulheres homossexuais lidam com o preconceito em relação à homossexualidade na cidade de Blumenau. Para tal pretende-se registrar relatos de vida deslocados da normatividade que constitui a história centrada na heterossexualidade. Deste modo, pela apropriação das vozes de um passado, juntando-as às vozes do presente (história oral) a pesquisa visa problematizar os modos de produção das subjetividades. Necessita-se saber, então, de que maneira estas mulheres têm superado o preconceito de si, dos outros, para si e para os outros, numa cartografia que delineia uma sociedade selada na regulamentação da sexualidade. Ao pensarmos as relações entre gêneros ao longo da história, é possível afirmar que as mulheres foram mantidas no mundo privado, distantes da esfera pública. Fato que contribuiu para a naturalização do feminino relacionado ao lar, aos filhos, ao marido, etc. No ambiente familiar, a vivência da homossexualidade é percebida como transgressão da norma, ou como patologia. Analisar o processo de afirmação da homossexualidade feminina é importante para compreender-se como ocorrem as relações de gênero na cidade de Blumenau. Disto decorre a possibilidade de se constituírem novas subjetividades, para além do masculino/feminino heterossexual. O projeto pretende, portanto, delinear uma cartografia de vivências a partir dos relatos de vida, por meio do uso da ‘história oral’, assim como pesquisa em fontes primárias ao buscar diários e escritos íntimos, tanto no Arquivo Histórico ‘José Ferreira da Silva’, quanto em acervos pessoais, e assim realizar uma análise comparativa das relações de gênero, das problematizações da sexualidade e dos diferentes modos de constituição da subjetividade. Como referenciais teórico-metodológicos são fundamentais as discussões sobre o conceito de gênero, pensado como possibilidade de problematizar a construção cultural e social das diferenças sexuais, apontando para a desnaturalização de noções tradicionais, como homens, mulheres, homossexuais, heterossexuais. Também, como fonte teórica, temos os estudos sobre história da sexualidade e do corpo, pesquisada por autores como Michel Foucault, Alain Corbin e Georges Vigarello.
Pesquisa financiada pelo Edital Nacional de seleção pública de propostas para pesquisas em temas de Relações de Gênero, Mulheres e Feminismos (Edital MCT/CNPq/SPM-PR/MDA nº 020/2010) e Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC, da Universidade Regional de Blumenau.

Revista NUPEM, (Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão/PR), v. 3, n. 4, jan./jul. 2011.
Link: http://www.fecilcam.br/nupem/revistanupem/documentos/vol3n4ano2011/noticia1.pdf


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Entre lousas e palmatórias: memórias da educação no Vale do Itajaí
Carla Fernanda da Silva

Resumo: Este artigo propõe uma discussão de memória e conceito de história, problematizadas na História da Educação local, especialmente no que pertine ao disciplinamento escolar entre a Era Vargas e a Ditadura Militar (1930-1985). Usando como método a história oral, foram realizadas por alguns acadêmicos dos cursos de licenciatura da FURB diversas entrevistas a professores do Vale do Itajaí, especialmente os que lecionaram ou foram alunos naqueles períodos. Esse trabalho possibilitou ir além das discussões permeadas pelos livros e, através do vivido, compreender a História da Educação local a partir de um novo olhar, e dessa forma problematizar, questionar e compreender uma outra concepção de ‘História’. Estas atividades pedagógicas contribuíram para novas concepções teóricas e compreensão de professores, alunos e acadêmicos enquanto sujeitos históricos.
Palavras-chave: Memória – História Oral – História da Educação no Vale do Itajaí.

Revista: Blumenau em Cadernos, Tomo 52, no. 1, jan/fev 2011.
Link: http://pt.scribd.com/doc/61451243/Entre-Lousas-e-Palmatorias-Carla-Fernanda-da-Silva

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Uma câmera na mão e uma história pra lembrar:

a memória da educação em vídeo

Carla Fernanda da Silva

Este artigo apresenta criticamente uma proposta didática, realizada no ensino da disciplina História da Educação na FURB – Universidade Regional de Blumenau/SC. A abordagem cinge-se na discussão de memória e conceito de história, problematizadas no ensino da História de Educação, com o intuito de questionar a história linear. Por meio de entrevistas, foi possível ir além das discussões permeadas pelos livros. Através dos relatos de vida, permitiu-se compreender a História da Educação local a partir de um novo olhar e assim problematizar, questionar e compreender uma outra concepção de ‘História’ e, com uso da ‘história oral’, perceber as continuidades e descontinuidades na história da educação. Estas atividades pedagógicas representam novas possibilidades no ensino, em que uma ação pedagógica diferenciada contribuiu para novas concepções teóricas e compreensão de professores, alunos e acadêmicos enquanto sujeitos históricos.

Revista: Atos de Pesquisa em Educação - FURB, Vol. 5, No 3 (2010)

Link:  http://proxy.furb.br/ojs/index.php/atosdepesquisa/article/view/2285


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A representação fotográfica do progresso na

Revista Blumenau em Cadernos

Carla Fernanda da Silva

O foco deste artigo é a narrativa visual sobre a cidade de Blumenau por meio da Revista Blumenau em Cadernos, periódico dedicado à história de Santa Catarina, em especial a história local. No decorrer da pesquisa, relacionou-se a revista com o seu fundador, José Ferreira da Silva, um intelectual com considerável produção sobre a história de Blumenau enquanto escritor e jornalista, para então estabelecer a trajetória da revista, assim como sua linha editorial. Fez-se uma leitura da narrativa fotográfica sobre a cidade de Blumenau do século XIX aos anos 50, quando se comemorou o centenário da cidade. Esta narrativa iniciou-se com três imagens fotográficas da Colônia Blumenau, e continuou a partir de duas séries de cartões postais: uma de 1900, com 45 postais, e outra da década de 30, com 25 postais. Estas imagens dos postais, criadas inicialmente para divulgar a cidade, também evidenciam uma narrativa do progresso em que o presente é compreendido como resultado do passado.

Revista de História Regional (Universidade Estadual de Ponta Grossa/PR), Vol. 14, No 1, 2009.
Link: http://www.revistas2.uepg.br/index.php/rhr/article/view/2287



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Mitos, Culturas e Diversidade Religiosa como prática pedagógica da diferença
Carla Fernanda da Silva

Publicado em:

OLIVEIRA, Lilian Blanck (orgs). Cultura e Diversidade Religiosa na América Latina: pesquisas e perspectivas pedagógicas. Blumenau: Edifurb; São Leopoldo: Nova Harmonia, 2009. pp. 300-307. 
Link:  http://pt.scribd.com/doc/58488543/Mitos-Culturas-e-Diversidade



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Blumenau e seus personagens:

O papel das fotografias na construção de seu Mito Fundador 

Carla Fernanda da Silva

Este artigo tem por objeto mostrar e problematizar a narrativa visual presente na Revista Blumenau em Cadernos evidenciando a presença constante de alguns personagens em suas edições. Nelas são reproduzidas fotografias do final do século XIX e início do século XX, onde figuram os primeiros colonizadores e os indígenas, formando uma narrativa sobre a colonização de Blumenau, e constituindo o mito fundador local.

Revista Linguagens - Revista de Letras, Artes e Comunicação (FURB), Vol. 2, No 2, 2008.
Link: http://proxy.furb.br/ojs/index.php/linguagens/article/viewArticle/1160 



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José Ferreira da Silva: trajetória intelectual e política
Carla Fernanda da Silva

Ferreira da Silva, criador da Revista Blumenau em Cadernos, foi um escritor com considerável produção sobre a história de Blumenau, sendo citado constantemente como historiador, o que fez dele uma referência da historiografia local. Apresentar sua trajetória intelectual e política visa compreender o processo de escrito deste autor e sua influência na historiografia de Blumenau.

Revista Blumenau em Cadernos, v. 49, p. 90-121, 2008.
Link: http://pt.scribd.com/doc/92606550/Artigo-Jose-Ferreira-da-Silva-1